Por Alexandre Piúta - A Reforma Tributária é o tema que toma
conta das redes de comunicação. A reforma, pelo que tem vindo a público, será
mais um benefício para os detentores de riqueza. O discurso que se repete é a
necessidade de o país voltar a crescer, gerar empregos e outros que tais, tudo
para justificar toda uma série de medidas que retira direito das pessoas.
Na contramão do que é dito, nenhuma
proposta de reforma tributária no congresso aponta na direção do reequilíbrio
dos impostos. O Brasil é conhecido como o mais injusto em matéria de tributação.
O nosso imposto é regressivo, ou seja, os mais pobres pagam mais. E, mesmo
assim, não existem proposições para desonerar as pessoas. O que há são
propostas de desoneração de folha de pagamento, fim de contribuições
previdenciárias, fim de contribuições sociais como PIS, Confins. Enfim, medidas
que outra vez beneficiam o setor empresarial. Nada de taxação de grandes
fortunas, nem imposto sobre dividendos, o que faz um ricaço receber bilhões de
dividendos sem pagar um centavo de imposto.
Estudo realizado pela OCDE com 31 países
mostra que o Brasil é o mais injusto na tributação indireta com quase 50% de
carga (ICMS, ISS, taxas), enquanto noutros países a carga é de 33%. No quesito
imposto sobre o patrimônio e renda no Brasil equivale a 22%, enquanto nos outros
países são 40% em média. Outro dado que revela como as pessoas pobres são mais
taxadas é a arrecadação de impostos, dos R$ 2,3 trilhões arrecadados, 70% têm
origem no consumo, ou seja, nos mais de 85% que ganham até 4 salários mínimos,
25% têm origem na renda e apenas 5% têm origem no patrimônio.
A Reforma Tributária tem o mesmo fundo que
teve a Reforma Trabalhista e a da Previdência, ambas justificadas como
necessárias para gerar empregos e o país voltar a crescer. Discurso que não se
sustenta, pois o que se assiste é uma avalanche de desconstituição de direitos,
situação que levará o país a ser cada vez mais desigual e mais concentrado em
riqueza. Este é o resultado que virá de medidas que centram o ataque nos que
menos têm para gerar mais riqueza para os poucos que concentram quase tudo do
país.
As mudanças em curso colocam o Brasil na contramão do que acontece em outras partes do mundo. Os dados e as propostas em debate revelam, por outro, que o Brasil é definitivamente um país sem estratégia para transformar a realidade que vivemos. Dos que detêm a riqueza muito pouco se pode esperar, pois o que se vê é uma vocação para explorar sem limites. A reforma tributária proposta aponta no mesmo sentido. Infelizmente tem sido assim.
As mudanças em curso colocam o Brasil na contramão do que acontece em outras partes do mundo. Os dados e as propostas em debate revelam, por outro, que o Brasil é definitivamente um país sem estratégia para transformar a realidade que vivemos. Dos que detêm a riqueza muito pouco se pode esperar, pois o que se vê é uma vocação para explorar sem limites. A reforma tributária proposta aponta no mesmo sentido. Infelizmente tem sido assim.
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