terça-feira, 9 de junho de 2020

Geraldo Cordeiro o melhor marcador de quadrilha junina de Bom Conselho e Região.

Geraldo Cordeiro (In Memoriam) foi um dos grandes marcadores de quadrilha junina na cidade e na região de Bom Conselho. Assim, como entre tantas outras atribuições de sua vida cotidiana, ele se destacava quando estava neste ofício.

Muitos bomconselhenses o tinham e ainda hoje o consideram como o melhor marcador de quadrilha junina que a cidade e região já teve. 'Anarriê; balancê; olha a chuva; é mentira, grachê, grantú, rusiana, túnel, serrote, etc", com essas expressões características Geraldo Cordeiro comandava de forma vibrante e marcante as quadrilhas juninas em Bom Conselho e usava estes dois jargões “Dança quadrilha quem sabe” e o que chamava a atenção do público era “Quem sabe, sabe. Quem não sabe bate palma”.

Dançar quadrilha todo mundo gostava e até hoje gosta (não estou falando da quadrilha estilizada e sim da tradicional) e para ele a palavra de ordem era do marcador e todos o respeitavam. Podemos citar: sempre foi britânico no horário de início da quadrilha; nunca recusou um convite para marcar quadrilha; não aceitava brincadeiras que não tivesse correlação com os festejos juninos; os casais mais experientes eram colocados nas extremidades para ajudar os demais; exigia cordialidade dos cavaleiros com as damas, e, nunca aceitou marcar quadrilha pela metade. Tinha que ter todas as suas partes.

Seus filhos, Artuzinho, Gerdvan, Antiógenes, Geraldo Filho e Gladistone muitas vezes marcavam os ensaios e no dia estava ele com sua pontualidade para marcar a quadrilha. Seus filhos seguiram seu ofício ao ele deixar de marcar quadrilha.
Entre todas as quadrilhas, a do Arraiá do Sumaúma (Rua do Caborje) é marcante por ter sido a primeira rua em Bom Conselho a organizar uma quadrilha em 24/06/1974 (46 anos atrás). Os ensaios eram na Fazenda de Mestre Amâncio e a ornamentação sempre foi feita pelos moradores e a tarde tem as brincadeiras com as crianças. Tinha um quentão que seu Hélio dos Correios preparava que deixava todos animados. O nome dado ao arraiá foi em homenagem as árvores plantadas na rua e que foram as primeiras plantadas em uma rua na cidade.

Com a chegada do mês de junho, quando respira-se do seu início ao seu final os festejos juninos, a performance e em especial a voz inconfundível do marcador Geraldo Cordeiro ecoa nas lembranças dos quadrilheiros da terra de Papacaça.

Um comentário:

  1. Muito boa a matéria, temos que continuar com essa tradição. Os jovens tem que continuar a dançar quadrilhas naturais nas ruas.

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