A Seleção Brasileira conseguiu o impensável: protagonizar o maior vexame de sua história nas Eliminatórias da Copa do Mundo. Perder para a Argentina, na casa deles, já é amargo. Mas tomar um 4 a 1, com direito a uma humilhação sem precedentes, é para jogar a toalha e repensar o que estamos fazendo com o nosso futebol. Nunca antes na história das Eliminatórias o Brasil havia sofrido quatro gols em um único jogo. Pois bem, conseguimos essa proeza.
O futebol brasileiro está à deriva, à espera de um milagre que nunca vem. Desde a última Copa, a Seleção não joga bem. A cada jogo, uma decepção maior que a outra. O que se vê é um time sem alma, sem esquema, sem tática, sem vergonha na cara. E não, a culpa não é só do técnico Dorival Júnior. O comandante da equipe não consegue impor seu ritmo de jogo, mas e os nossos tão badalados jogadores? Estrelas internacionais, milionários, famosos nos clubes onde atuam, mas quando vestem a amarelinha, desaparecem. Viram sombras do que deveriam ser.
E a CBF? Ah, a CBF! Essa tem culpa no cartório e não é de hoje. Uma entidade que mais parece um barco furado, cheia de trapalhadas e decisões equivocadas. Desde que Tite anunciou sua saída, a Confederação protagonizou um espetáculo ridículo, alimentando a novela de contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti, como se ele fosse o salvador da pátria. Resultado? Um atraso absurdo na reformulação da equipe, um planejamento pífio e um Brasil que virou chacota.
O problema é que o Brasil já não mete mais medo em ninguém. A camisa pesa, mas só no cabide. Em campo, é uma seleção comum, previsível, frágil. Os adversários não nos respeitam mais. E com razão! Não jogamos nada. Não apresentamos futebol digno da nossa história. É derrota atrás de derrota, vergonha atrás de vergonha.
Sim, o Brasil vai para a Copa de 2026. Afinal, são 6 vagas, com mais uma para a repescagem, para 10 seleções, e aos trancos e barrancos vamos carimbar o passaporte para mais um Mundial. Mas com que moral? Com que futebol? Se continuar nessa pegada, vamos repetir a tragédia de 2014. Só que agora, nem vai precisar de um 7 a 1. O vexame já começou bem antes.
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