O último final de semana em Bom Conselho foi daqueles que exigem reflexão profunda — não apenas sobre as condições das nossas estradas, mas, principalmente, sobre a postura de quem as utiliza. Em apenas 24 horas, quatro acidentes foram registrados no município e no entorno, todos, felizmente, sem vítimas fatais. Mas o saldo, ainda que marcado apenas por danos materiais, é suficiente para acender o alerta vermelho que há muito já piscava.
O primeiro sinistro ocorreu ainda na tarde do sábado, dia 15, feriado nacional. A ocorrência foi registrada na estrada que liga Bom Conselho ao distrito de Barra do Brejo. O veículo ficou bastante danificado, numa cena que impressionou quem passou pelo local. O motorista, porém, saiu ileso — um alívio frente à gravidade do que se via.
O domingo, no entanto, não trouxe trégua. Na rodovia que dá acesso ao distrito de Rainha Isabel, um condutor perdeu o controle do automóvel e saiu da estrada. Outra vez, apenas danos materiais e o susto que fica martelando na cabeça de qualquer motorista atento.
Mas a sequência não parou por aí. Ainda no domingo, já na área urbana, um motorista colidiu violentamente com uma árvore na Rua Joaquim Nabuco, próximo à antiga Praça da Telpe. A cena atraiu curiosos, mas, mais uma vez, não houve feridos. E, para completar o quadro preocupante, outro acidente foi registrado nas imediações do bairro São Rafael: um veículo capotou após ser conduzido por um adolescente. Apesar do risco evidente, o resultado, novamente, foi apenas material.
Quatro acidentes em pouco mais de um dia. Um deles, inclusive, na já temida estrada de Barra do Brejo, que desde o mês passado vem registrando um índice alarmante de ocorrências. A situação, por si só, já fala alto — mas parece que ainda falta eco.
É preciso reconhecer: trânsito não é brincadeira. E conduzir um veículo, muito menos. Cada erro, cada descuido, cada excesso pode custar uma vida. Quando a sorte atua quatro vezes seguidas, como neste final de semana, não se deve respirar aliviado e seguir adiante como se nada tivesse acontecido. Pelo contrário: é justamente nesse momento que se exige mais rigor das autoridades, mais campanhas educativas, mais fiscalização, e, sobretudo, mais consciência dos condutores.
A vida agradece quando o volante é tratado com responsabilidade. E Bom Conselho, pelos números recentes, está precisando urgentemente dessa mudança de comportamento. O alerta está dado — agora, resta saber quem vai ouvi-lo.
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