Mudança na classificação de doenças não incluirá a velhice como patologia. O anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS) de acrescentar a velhice na nova versão da Classificação Internacional de Doenças (CID) gerou protestos em todo o mundo. O organismo internacional voltou atrás após pressão de organizações científicas e da sociedade civil.
A proposta era substituir o termo senilidade – que utiliza o código R-54 – por velhice sem menção de psicose; senescência sem menção de psicose; debilidade senil, pelo código MG2A. Os protestos se fiaram no entendimento que ao fazer um diagnóstico ou assinar um atestado, o médico estaria considerando a velhice como doença. A nova sugestão para o texto é: declínio da capacidade intrínseca associado ao envelhecimento.
Ao relacionar a velhice como doença, haveria o risco de negligência de diagnóstico de doenças nos mais novos, maquiar os registros corretos de causas de mortes e, ainda, aumentar a discriminação contra os idosos. Por exemplo, no Brasil, de cada quatro mortes acima dos 60 anos, três são por complicações cardiovasculares ou oncológicas neurológicas. O código proposto incluiria essas doenças como causa catalogada de velhice.
A Classificação Internacional de Doenças (CID) tem 55 mil códigos utilizados por médicos, pesquisadores e formuladores de políticas públicas. A versão de número 11 deve entrar em vigor em janeiro de 2022.
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