A chance de uma criança de família pobre conseguir ascensão social no decorrer da vida muda conforme o local de nascimento. E a maior chance dela ter sucesso seria nas cidades do Sul e do Centro-Oeste do Brasil. É o que aponta o estudo “Mobilidade intergeracional na terra da desigualdade”, realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco.
A pesquisa mostra, por exemplo, que uma criança nascida em família com renda abaixo da média nacional, na região metropolitana de Belém, no Pará, tem 63% de chance de se manter na mesma faixa salarial quando for adulta. Na região metropolitana de São Paulo, a possibilidade dela se manter na mesma condição é de 44,4%, e do Rio de Janeiro, de 30,1%. Mas se a mesma pessoa nascer na região metropolitana de Florianópolis, em Santa Catarina, a taxa cai para 11,2%.
Em outro recorte, filhos de uma família que compõe o grupo das 20% mais pobres do país, têm 46% de chance de continuar com o mesmo nível de renda depois de adultos. A expectativa de ascensão ao topo econômico é de apenas 2,5%, entre as pessoas desse grupo. Já em países como a Suécia, a probabilidade de uma criança pobre se tornar rica é de 16% e, na Itália, de 11%.
O levantamento cruzou dados do Censo, da Rais, a Relação Anual de Informações Sociais, do Cadastro Único e de outras fontes oficiais, com registros da Receita Federal. O objetivo foi verificar a renda alcançada por um milhão e 300 mil brasileiros, nascidos entre 1988 e 1990, quando tinham entre 25 e 31 anos, na comparação com familiares da geração anterior.
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