quinta-feira, 16 de outubro de 2025

A novela do crédito suplementar segue em Bom Conselho.

A política bomconselhense segue, mais uma vez, protagonizando capítulos dignos de novela — e daquelas longas, com enredo que parece não ter fim. Na sessão ordinária da última quarta-feira, dia 15, a Câmara de Vereadores voltou a discutir o já conhecido e polêmico projeto de crédito suplementar enviado pelo Executivo Municipal. O pedido previa autorização para suplementação de mais 10%, mas acabou sendo rejeitado em plenário por uma margem apertada: 7 votos contrários e 6 favoráveis.

Os sete votos contrários vieram integralmente do bloco de oposição ao governo municipal. O argumento central apresentado pelos vereadores oposicionistas foi a suposta falta de atualização do Portal da Transparência e a ausência de informações claras sobre a aplicação dos R$ 48 milhões já aprovados anteriormente pela Câmara — em dois momentos distintos, ainda neste ano.

Mas, convenhamos: será mesmo esse o verdadeiro ponto da discórdia? Ou há algo mais por trás da cortina? A justificativa soa coerente no discurso, mas o que paira no ar é a sensação de que a disputa ultrapassou o campo técnico e contábil. O embate agora é político, com tintas de estratégia e disputa de narrativa.

O líder do governo na Câmara, vereador Gilmar Soldado, fez colocações importantes e certeiras. Em sua fala, lembrou que nos anos anteriores, sob o comando do governo passado, projetos semelhantes foram aprovados sem alarde, sem barulho, sem os holofotes da polêmica. O mesmo rito, o mesmo pedido de suplementação, mas com uma diferença essencial: o contexto político. Hoje, o jogo é outro. E o que antes era rotina administrativa, agora virou campo de batalha.

Durante a sessão, o clima esquentou. O debate foi intenso, e o plenário respirava tensão. O tema, que em tese deveria se limitar a números e planilhas, ganhou contornos de disputa de poder. Fica a interrogação: quem agiu certo, quem agiu errado, quem está defendendo o interesse público e quem está apenas jogando o jogo político?

A população, essa sim, acompanha tudo — seja pelas redes sociais, pelos blogs, pelos veículos de comunicação, ou no tradicional bate-papo de calçada. O povo observa, analisa, comenta e, no fim das contas, sabe muito bem separar o trigo do joio. Engana-se quem ainda acredita que dá para fazer política velha com discursos ensaiados e gestos calculados.

A novela do crédito suplementar continua. Mas uma coisa é certa: em política, quem planta estratégia colhe consequência. E que, neste caso, o tiro não acabe saindo pela culatra.

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