segunda-feira, 6 de outubro de 2025

A política e seus dois lados: quem está e quem quer estar.

Na política, meu caro leitor, não há meio-termo, não há terceira via, nem ideologia que resista ao sabor do poder. Esquerda, direita, centro... tudo isso é conversa para boi dormir. No fim das contas, como bem disse um experiente político aqui de Bom Conselho, lá pelos idos dos anos 2000 — e cuja lucidez ainda ecoa nos dias atuais — “a política só tem dois partidos: quem está no poder e quem está fora. Quem está no poder não quer sair; quem está fora quer chegar.” Eis a mais pura e cristalina verdade.

De lá pra cá, mudou o tempo, mudaram os discursos, mas a essência é a mesma. Quem está no poder veste o manto da eficiência, defende o governo com unhas, dentes e hashtags. Já quem está fora faz oposição com o discurso inflamado da moralidade, da ética e do povo — esse mesmo povo que, quando o vento muda e a chave gira, passa a ser apenas “um detalhe nas prioridades da gestão”.

A doutrina partidária? Vira pó quando a caneta do poder muda de mão. A ideologia? Essa então, se adapta com a mesma facilidade de um camaleão em meio à mata política. O que move a engrenagem não é o ideal, é o instinto de sobrevivência. E sobrevivência, na política, se escreve com P maiúsculo de Poder.

Ninguém faz tudo. Ninguém atende a todos. Sempre haverá os satisfeitos e os esquecidos, os que baterão palmas e os que puxarão o tapete. A política é, antes de tudo, um jogo — e dos mais interessantes. Um jogo para quem sabe jogar, planejar e blefar. Quem não entende as regras, fica pelos cantos, lamentando a “barela” da vida pública e se perguntando onde foi que errou.

No tabuleiro do poder, uma jogada errada pode funilar a trajetória de qualquer um. Um passo fora do tempo, um discurso mal encaixado, uma promessa não cumprida — e pronto: o adversário avança, o aliado se distancia e o castelo desmorona.

A verdade, nua e crua, é que a política não é feita de santos nem de vilões. É feita de humanos — e humanos movidos por vaidades, ambições e conveniências. Quem está, quer continuar. Quem saiu, quer voltar. E quem observa, como nós, só pode constatar o óbvio: na política, a roda gira, mas o centro é sempre o mesmo — o poder.

E o resto, meu amigo, é pura conversa de comício.

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