O prefeito de Bom Conselho, Dr. Edézio Ferreira,
amargou, na manhã desta quarta-feira (5), sua primeira derrota política na
Câmara de Vereadores. Em sessão extraordinária, o Legislativo derrubou o
decreto do chefe do Executivo que afastava temporariamente diretores escolares e
adjuntos da rede municipal de ensino, selecionados por meio de processo
seletivo realizado em 2023.
Com um placar de 8 votos a 5, a maioria dos
parlamentares aprovou o Projeto de Decreto Legislativo 001, que suspende
integralmente os efeitos do Decreto Executivo 014, de 22 de janeiro, assinado
pelo prefeito. A decisão restabelece o direito dos diretores ao cargo e impõe nesse
início de mandato um revés político significativo ao gestor, que viu o seu ato
administrativo ser barrado pelos vereadores.
A medida adotada pelo prefeito havia gerado
forte repercussão. Nos corredores da Câmara, o clima era de insatisfação. Parlamentares
da oposição argumentaram que o afastamento dos diretores foi uma ação
arbitrária, sem justificativa plausível, e que feria a autonomia da gestão
escolar. Já os defensores do governo tentaram, sem sucesso, sustentar a tese de
que a mudança era necessária para uma reestruturação da rede municipal. No
entanto, os números falam por si: a base do prefeito não teve força suficiente
para barrar a revogação.
Nos bastidores, a derrota no plenário
acende o alerta para o governo municipal. Se na primeira queda de braço com a
Câmara o saldo foi negativo, o que se pode esperar das próximas disputas? E
ainda levanta uma questão crucial: o prefeito terá habilidade política para
governar sem maioria no Legislativo? Se não ajustar o tom e articular melhor
suas decisões, o risco de novas derrotas é iminente. A política não perdoa
inabilidade, e o episódio desta quarta-feira é um recado claro da Câmara: o
prefeito não tem carta branca para governar como bem entender.
Nos próximos dias, a resposta do Executivo
deve vir à tona. O prefeito tentará judicializar a questão ou aceitará a
decisão do Legislativo? A única certeza, por ora, é que sua gestão começou sob
um sinal amarelo, e, se não houver mudança na forma de dialogar, esse sinal
pode rapidamente virar vermelho. O jogo político, ao que tudo indica, está
apenas começando – e a Câmara já mostrou que não será coadjuvante nesse enredo e nem tão pouco mera carimbadora das vontades do Executivo.
(Na foto: Vereadores que votaram a favor do Projeto de Decreto Legislativo, ao lado de assessores)