Fundado em 1906, o Torino FC conquistou seu primeiro Campeonato Italiano na edição de 1927/1928. Quinze anos depois, durante a II Guerra, montou seu time mais famoso. Conquistou o scudetto em 1942/1943 e, apesar de o torneio ter sido interrompido pelas batalhas nas duas temporadas seguintes, manteve a força e reinou no país por mais três anos: 1946, 1947 e 1948. Em 30 de abril de 1949, o tetracampeão empatou com a Internazionale e manteve-se 4 pontos à frente do time rival. Faltavam apenas quatro rodadas para o fim da disputa e o Torino tinha tudo para confirmar mais um título (o que acabou acontecendo).
A esquadra de Turim era talvez a melhor equipe da Europa na época. Seis de seus jogadores eram titulares da seleção italiana, que se preparava para disputar a quinta Copa do Mundo, marcada para o Brasil, em 1950. Mas uma tragédia impediu os craques de representarem a Azzurra no Mundial. Em 4 de maio de 1949, um dia após o Torino perder um amistoso para o Benfica por 4 a 3, em Lisboa, o avião do time não conseguiu pousar de volta na Itália.
Por causa do nevoeiro, perdeu a altitude e chocou-se contra o muro da igreja de Superga, localizada numa colina a 15 quilômetros do Aeroporto de Turim. Dezoito jogadores, incluindo as estrelas Bacigalupo, Ballarin, Rigamonti, Castigliano e Valentino Mazzola (ídolo, goleador e capitão da equipe), morreram na hora, junto com outros treze que estavam a bordo — comissão técnica, dirigentes, jornalistas e tripulantes.
O funeral parou o país. Com medo de novo acidente, a federação italiana decidiu vir para a Copa de navio. A viagem de duas semanas prejudicou a preparação física da seleção, eliminada na primeira fase: venceu o Paraguai por 2 a 0, mas havia perdido para a Suécia por 3 a 2 na estreia. O Torino segue, até hoje, reverenciado como um grande time que não pôde seguir encantando o planeta. (Matéria originalmente publicada na seção Um Grande Time da edição impressa de PLACAR em junho de 2020)
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