A cúpula do PT admite, nos bastidores, que
não poderá contar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a disputa
de 2018, mas não tem um plano B nem sabe como se reinventar. Desde o
impeachment da presidente Dilma Rousseff, em agosto, os petistas continuam
atônitos, embalados por uma crise atrás da outra.
A pior delas, porém, é a que atinge o maior
líder do partido e da esquerda. Nas fileiras do PT, muitos acham que Lula será
preso, haja ou não provas, e exibido como um “troféu” da Lava Jato. Mesmo os
que não creem nessa possibilidade, no entanto, enxergam uma operação em curso
para torná-lo ficha-suja e impedir sua candidatura, daqui a dois anos.
Sem Lula, o PT fica de mãos atadas. Aos 36
anos, o partido não formou novos quadros políticos, não conseguiu renovar seu
programa e tem dificuldade até mesmo para encontrar um nome de peso para
comandá-lo, a partir de 2017, quando haverá a escolha da nova direção. Além
disso, embora o ex-presidente ainda não tenha sido julgado, o fato de ter se
tornado réu da Lava Jato, pela segunda vez, provoca uma devastação na seara
petista.
Na tentativa de defender Lula e o legado do
partido nos quase 14 anos à frente do Palácio do Planalto, o Diretório Nacional
produziu peças de rádio e TV que deverão ser usadas em todas as suas campanhas
municipais. Sob o slogan “Lula é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo”, o PT
também organiza um calendário de mobilização, que inclui uma série de atos de
solidariedade ao ex-presidente, até o segundo turno das eleições. A ideia é que
palavras de ordem como “Fora, Temer”, “Diretas-Já” e “Nenhum direito a menos”
façam parte das manifestações, com apoio das frentes Brasil Popular, Povo Sem
Medo e de outros partidos, como o PCdoB e o PSOL.
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