terça-feira, 1 de julho de 2025

ForróBom 2025: a festa continua sendo do povo.

Encerrado no último sábado, 28, o ForróBom 2025 reafirmou, mais uma vez, o lugar de Bom Conselho no mapa dos grandes festejos juninos de Pernambuco. Foram seis noites de celebração — dias 18, 21, 22, 23, 27 e 28 — que reuniram uma multidão de forrozeiros de todos os cantos: da terra de Papacaça, das cidades vizinhas e até de outros estados. O Parque de Exposição Dr Delamário Borba, palco tradicional do evento há cerca de duas décadas, mais uma vez foi o coração pulsante dessa alegria nordestina.

A estrutura, a organização e o nível das atrações seguiram o padrão já consolidado de edições anteriores. Nada de novo, nada de menor. O mesmo modelo que funciona, que agrada e que movimenta a economia local. E nisso, justiça seja feita: a festa, como de costume, gerou renda, aqueceu o comércio e reforçou o nome de Bom Conselho como referência junina no Agreste Meridional.

Entre os destaques do palco principal, nomes de peso como Pablo, Zezé Di Camargo, Paula Fernandes, Cavaleiros do Forró, Raphaela Santos e Fulô de Mandacaru. Junto a eles, como tem sido de praxe, artistas da terra também tiveram seu espaço, garantindo não só representatividade cultural, mas valorização do talento local — um gesto de respeito à identidade do município.

No entanto, é preciso colocar os pés no chão. A tentativa do governo municipal de carimbar esta edição como “a maior de todos os tempos” soou mais como marketing político do que constatação real. O forró foi grande, sim — como sempre foi. Mas não maior nem melhor que outros. Tudo em seu tempo. E quem conhece a história do ForróBom sabe que cada edição teve seu brilho próprio. Forçar comparações com o claro intuito de diminuir gestões passadas é um erro que não cola, a não ser para a bolha partidária que gira em torno do prefeito Dr. Edézio Ferreira.

Mas há que se reconhecer méritos. A implantação do polo descentralizado foi, sem dúvida, uma inovação - a única - bem interessante desta edição. Merece aplausos. A ideia de levar a festa para outro ponto da cidade ampliou o alcance popular do evento, deu mais visibilidade a artistas e grupos locais e aproximou ainda mais o ForróBom do seu verdadeiro dono: o povo.

A história mostra que o ForróBom é maior do que qualquer governo. Gervásio Matos, Audálio Ferreira, Dr. Daniel Brasileiro, Judith Alapenha, Dannilo Godoy e João Lucas fizeram grandes festas. Nenhuma apagou a outra. Pelo contrário, cada uma somou. E é assim que deve ser. O forró, como patrimônio imaterial da nossa gente, não pode virar vitrine de vaidades nem trampolim para palanques.

Bom Conselho segue firme como referência junina em Pernambuco. Que venham os próximos ForróBons — e que nunca se esqueçam: essa festa tem dono, e ele se chama povo.

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