segunda-feira, 29 de setembro de 2025

A Gazeta chega aos 35 anos em Bom Conselho: resistência do jornalismo impresso no interior.

Chegar aos 35 anos de existência, no Brasil de hoje, já é por si só um feito extraordinário. Em meio a uma avalanche de mudanças no mundo da comunicação, em que redes sociais e plataformas digitais avançam a passos largos, resistir como veículo impresso é algo que merece não apenas registro, mas também reconhecimento. É o caso do jornal A Gazeta, da cidade de Bom Conselho, que neste mês de setembro completa três décadas e meia de circulação.

Na edição quinzenal de 1º a 15 de setembro, de número 623, o jornal destacou o próprio aniversário. Não se trata apenas de mais uma data simbólica, mas de um marco que traduz a luta pela informação de qualidade em uma cidade do interior. Fundado e idealizado por Luiz Clério Duarte, in memoriam, o periódico se consolidou como um verdadeiro guardião da história local, imprimindo nas suas páginas os fatos, os personagens e os acontecimentos que moldaram a vida da comunidade.

Manter um jornal ativo por tanto tempo, sobretudo em tempos de internet, não é tarefa simples. O custo de produção, a queda na venda de exemplares impressos e a competição desigual com a velocidade das redes sociais são obstáculos que já fizeram tombar grandes veículos. No entanto, A Gazeta segue firme, carregando consigo a missão de dar voz ao município, de retratar suas alegrias e dores, de registrar momentos que, sem suas páginas, se perderiam na memória frágil do tempo.

O que se observa é que, mais do que um simples veículo de notícias, A Gazeta tornou-se uma instituição de Bom Conselho. Cada edição é uma cápsula da história, que resiste ao imediatismo e ao esquecimento digital. Em cada número, está a prova de que o jornalismo comunitário, quando feito com dedicação e propósito, permanece insubstituível.

Ao completar 35 anos, A Gazeta reafirma não apenas a sua longevidade, mas também a importância do jornalismo local como instrumento de cidadania. É uma vitória de Bom Conselho, que vê a sua vida registrada e preservada em papel, contra todas as intempéries da modernidade.

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