O brasileiro está economizando até no papel
higiênico por causa da crise. Em 12 meses até fevereiro, o preço do papel
higiênico subiu 13,20% no varejo, bem acima da inflação geral acumulada no
período, de 10,36% segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA). Com esse avanço significativo de preço de um item tão básico, houve uma
redução das compras do produto.
Se, em 2014, consumidores das classes A e B
compraram papel higiênico 12 vezes, no ano passado essa frequência caiu para 11
vezes, revela pesquisa da Kantar Worldpanel, que monitora semanalmente o
consumo de 11 mil famílias no País. Movimento semelhante ocorreu com as
famílias da classe C, que cortaram em 2015 uma vez o produto da lista de
compras. Em 2014, essas famílias compraram papel higiênico 13 vezes e, em 2015,
foram 12 vezes.
Já entre a população de menor renda, as
compras de papel higiênico não foram reduzidas. Entre os mais pobres, o foco da
redução de compras foi o açúcar, produto que teve o seu preço majorado 45,2% em
12 meses até fevereiro, de acordo com o IPCA. Em 2014, o açúcar fazia parte da
lista de compras das famílias das classes D e E em 18 vezes que elas iam ao
supermercado. No ano passado, essa frequência tinha caído para 17 vezes.
O corte mais radical ocorreu no
refrigerante e no leite de saquinho (pasteurizado), que atingiu todos os
estratos sociais. Ambos os produtos subiram acima da inflação em 12 meses até
fevereiro. O leite ficou 15,62% mais caro e o refrigerante e a água mineral
subiram 11,97%. A retração no volume de uma cesta de 96 categorias, que inclui
alimentos, bebidas e artigos de higiene e limpeza, foi de 8% em 2015 em
comparação com 2014.
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