A estiagem voltou a apertar o cerco em Pernambuco e o cenário hídrico do Estado entra numa fase ainda mais preocupante. Dados recentes do Monitor de Secas, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), mostram que a seca extrema avançou de forma significativa, sobretudo no Sertão, e passou a alcançar também a região Agreste — um movimento que chama atenção por romper um padrão que vinha sendo observado até então.
Entre setembro e outubro, a área classificada como seca extrema cresceu de maneira expressiva no mapa pernambucano. O Sertão segue como a região mais castigada, sentindo os efeitos diretos na agricultura e no abastecimento de água. Mas o dado novo, e alarmante, é o surgimento, pela primeira vez neste período, de uma faixa de seca fraca no Agreste, especialmente na área de divisa com Alagoas.
Nesse recorte geográfico aparece Bom Conselho, município que até então não figurava na classificação do monitor. A inclusão da cidade no mapa da seca evidencia que o problema está se espalhando e deixando de ser uma preocupação restrita ao Sertão para atingir outras regiões do Estado.
A ANA, que acompanha mensalmente o comportamento do fenômeno em todo o país, aponta uma intensificação geral da seca no Brasil, com o Nordeste liderando os índices de severidade. Em Pernambuco, o diagnóstico é claro: a situação piorou. A seca extrema se aprofundou no Sertão e avançou em direção ao Agreste, desenhando um cenário desafiador para os próximos meses.
O mapa da seca, que muitas vezes parece distante da vida cotidiana, começa a se traduzir em impactos concretos: reservatórios sob pressão, lavouras comprometidas e populações cada vez mais apreensivas. O avanço da estiagem reforça a urgência de medidas de enfrentamento e de planejamento hídrico, porque, como mostram os números, a seca não está mais batendo à porta — ela já entrou.

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