Sob o comando do técnico italiano Carlo Ancelotti, a Seleção Brasileira deu os primeiros passos rumo à Copa do Mundo de 2026. E, ao que parece, mesmo com um elenco recheado de nomes consagrados mundialmente e um treinador multicampeão no banco de reservas, o Brasil ainda caminha com certa cautela, tateando o próprio futebol.
Nos dois compromissos mais recentes pelas eliminatórias, a Seleção arrancou um empate morno em 0x0 com o Equador, fora de casa, e venceu, sem empolgar, o Paraguai por 1x0, diante da torcida. O resultado positivo bastou para garantir, com antecedência, o carimbo no passaporte da Canarinha rumo aos Estados Unidos, México e Canadá. Mas, sejamos francos: ainda falta alma, ainda falta futebol.
Ancelotti chegou com o peso de quem venceu tudo no velho continente. A expectativa era – e ainda é – de que ele conseguisse dar padrão tático e consistência a uma Seleção que, apesar do talento individual, vinha sofrendo para se encontrar em campo. Mas o que vimos, por enquanto, foi um time com lampejos, que parece se contentar com o básico, sem ousadia, sem a magia que um dia encantou o mundo.
A defesa mostrou certa solidez, é verdade. O meio de campo ainda se organiza, e o ataque, mesmo com jogadores estrelados, tem sofrido para balançar as redes. Talvez o entrosamento ainda pese, talvez o estilo europeu de jogo precise de mais tempo para se adaptar ao DNA do futebol brasileiro. O certo é que o torcedor, acostumado a ver uma Seleção protagonista, ainda não se empolgou.
Agora é esperar os próximos desafios. A Seleção volta a campo no segundo semestre, para os últimos compromissos das eliminatórias. Depois virão os amistosos, que serão termômetro para avaliar o verdadeiro potencial desse grupo e do trabalho de Ancelotti. Até lá, resta o sonho – o velho e teimoso sonho do Hexa – e a esperança de que o Brasil recupere sua força, seu brilho e seu prestígio.
A camisa pesa, a tradição existe. Só falta o futebol reaparecer. Vamos ver.

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