Pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta sexta-feira, 27, escancarou uma realidade que divide o torcedor brasileiro: 48% defendem a convocação de Neymar para a Copa do Mundo de 2026. Por outro lado, 41% são contra. Um empate técnico. Fato é que, a menos de um ano do Mundial — que será realizado nos Estados Unidos, México e Canadá —, a figura de Neymar, aos 33 anos, ainda provoca paixão e polêmica em doses quase iguais.
O que os números revelam é mais do que a simples preferência por um jogador: indicam o fim de uma era. Neymar já não é mais o mesmo. Vive hoje da sombra do que representou em campo. Seu nome ainda pesa na camisa, mas o futebol já não acompanha. O brilho de outrora se apagou diante de lesões, polêmicas e atuações cada vez mais discretas. O talento que encantou o mundo em 2014 e sobreviveu em lampejos em 2018 e 2022 hoje parece distante, quase uma lembrança nostálgica.
Neste primeiro semestre, sua passagem pelo Santos ilustra bem o momento do jogador. Pouco entrou em campo, pouco fez. O que se viu foi mais agitação fora das quatro linhas do que desempenho digno de Seleção. Mesmo com a renovação contratual, é nítido que o clube sabe: Neymar não é mais aquele.
A Seleção, sob comando de Ancelotti, também parece ter compreendido esse novo contexto. O técnico italiano não o convocou para as últimas partidas das eliminatórias, nas quais o Brasil assegurou a classificação com um empate contra o Equador e uma vitória magra sobre o Paraguai. A campanha se encerra em setembro, com jogos contra Chile e Bolívia — e Neymar, ao que tudo indica, seguirá de fora.
Convocá-lo para o Mundial, neste momento, seria uma escolha mais simbólica do que técnica. Seria ceder à pressão do nome, do marketing, da nostalgia. Em campo, no entanto, a realidade é dura: Neymar está longe de ser solução. Caso venha a ser chamado, será por forças extracampo. Porque, dentro dele, falta futebol.
E futebol, convenhamos, ainda é o que deveria decidir uma convocação para a Copa do Mundo.
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