A Câmara Municipal de Bom Conselho, com sua peculiar sensibilidade às demandas populares, aprovou na calada do regimento os novos subsídios “os chamados salários” para o período de 2025 a 2028. Se a palavra da moda é "valorização", os representantes do povo trataram de aplicá-la primeiro aos seus próprios bolsos. A partir de janeiro, os vereadores da Terra de Papacaça terão um mimo de R$ 10.400 mensais. Nada mau para quem, muitas vezes, faz da tribuna uma extensão da cadeira de casa – confortável e pouco ocupada.
Já o prefeito, que comanda a cidade, mas frequentemente se perde nas promessas de campanha, embolsará R$ 26.000 por mês. O vice, que muitos acham que só aparece para inaugurar praça e cortar fitinha, vai levar R$ 13.000. Os secretários, os “braços direitos” da gestão, ficarão com R$ 8.000.
Não se pode negar: Bom Conselho avança. Só que no sentido inverso do bolso do contribuinte. Enquanto isso, o cidadão que enfrenta buraco na rua, fila na saúde e o velho descaso com a educação, deve estar se perguntando: “E o aumento para quem realmente precisa?”
A justificativa é sempre a mesma: “É um direito, está na lei”. Mas a lei, elaborada por eles mesmos, parece esquecer o básico – que a política deveria ser um serviço, não um negócio. Enquanto isso, a arrecadação mal dá conta de tapar os remendos no orçamento municipal.
Resta ao povo acompanhar de perto quem estará de fato trabalhando por Bom Conselho a partir de 2025 e quem só estará garantido o salário no final do mês. Porque, no fim das contas, é sempre assim: o povo paga a conta, e os políticos brindam no salão. E por falar em brindar, quem sabe não sobra uma taça para a plateia?
Nenhum comentário:
Postar um comentário