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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Vini Jr.: O Melhor do Mundo que Não Foi!

O futebol é um esporte onde a paixão e a razão nem sempre jogam na mesma equipe. E assim foi com a eleição de Vini Jr. como o melhor jogador do mundo pela FIFA. Uma conquista grandiosa no papel, mas que, na prática, parece mais um drible da burocracia do futebol internacional do que um gol de placa em reconhecimento técnico.

É inegável que Vini Jr. é um dos talentos do futebol brasileiro e mundial. Vestindo a camisa do Real Madrid, o atacante tem deixado sua marca com habilidade e velocidade, características que encantam qualquer fã do esporte. Mas, verdade seja dita, sua última temporada foi apenas no nível esperado para um jogador de sua qualidade. Nada além do ordinário. Em um mundo onde a régua está cada vez mais alta, o prêmio soa como um consolo — ou talvez, um ajuste político no jogo dos egos do futebol.

O contexto não poderia ser mais emblemático. Enquanto a FIFA estende o tapete vermelho para Vini, a revista France Football, com parceira da UEFA, concedeu a Bola de Ouro de 2024 ao espanhol Rodri como o melhor do mundo. O contraste entre as escolhas não apenas gera debates, mas levanta suspeitas sobre os critérios adotados. Estaria a FIFA tentando apaziguar as críticas que surgiram após a exclusão do brasileiro na premiação francesa? Seria o prêmio uma forma de dizer "nós vemos você", mesmo que no fundo, o reconhecimento não reflita a realidade?

Olhando para a seleção brasileira, o cenário é ainda mais nebuloso. Vini Jr., tão brilhante no palco europeu, parece perder o brilho quando veste o verde e amarelo. O contraste é evidente e doloroso para quem cresceu vendo o Brasil desfilar com craques que definiam eras: Pelé, Zico, Romário, Ronaldo, Ronaldinho... A lista é longa e gloriosa. Hoje, a amarelinha pesa mais do que inspira, e o futebol brasileiro está muito longe do que foi no passado.

A verdade é que o título de melhor do mundo deveria ser reservado para quem realmente está acima do comum, para aqueles que transcendem a técnica e transformam o jogo. No caso de Vini Jr., a escolha parece mais uma cortesia da FIFA do que um reconhecimento genuíno. Não se trata de negar o talento do jogador, mas de reconhecer que, na prática, ele ainda não é "o melhor do mundo". Talvez, um dia, o camisa 7 do Real Madrid alcance esse posto com méritos indiscutíveis. Por ora, fica a sensação de que o prêmio foi mais um alívio para egos feridos do que um verdadeiro troféu de excelência.

No final, resta a reflexão: o que estamos valorizando no futebol? As conquistas dentro de campo ou as narrativas que construímos fora dele? Enquanto isso, seguimos esperando que o Brasil volte a ter um jogador que, de fato, una paixão e razão em uma única voz. Vini Jr. ainda não é esse nome.

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