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quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Promessa de mudança vira mais do mesmo em Bom Conselho.

O prefeito eleito de Bom Conselho, Dr. Edézio Ferreira (PV), começou a escrever sua história política antes mesmo de assumir, mas já deixou marcas de contradição. Em um anúncio feito nesta semana, em uma emissora de rádio local, apresentou sua equipe de secretários. O que chamou a atenção, no entanto, não foi a capacidade ou experiência dos indicados — que, diga-se, são conhecidos e respeitados. Mas sim o fato de que quatro deles têm laços de sangue ou afinidade com o próprio prefeito: dois primos, uma irmã e uma cunhada foram escolhidos para cargos de primeiro escalão.

A ironia está no contraste com o discurso de campanha. Durante a corrida eleitoral, o então candidato alardeou em entrevistas e discursos inflamados que jamais praticaria o nepotismo, prática que ele mesmo criticou veementemente no governo de 12 anos do grupo que agora deixa o poder. Em uma emissora de rádio local, chegou a afirmar categoricamente que não nomearia parentes. Palavras fortes, gravadas e que hoje, diante dos fatos, soam como um tiro no pé. (Veja vídeo no final do texto).

A pergunta que ecoa nas ruas e nos corredores do meio político é: o que fez o prefeito eleito mudar de ideia? Não se trata de questionar a competência dos nomeados, mas sim de entender o porquê de uma virada tão brusca em um compromisso que ele próprio transformou em bandeira de campanha. Seria pressão familiar? Falta de opções no grupo? Ou, como muitos desconfiam, mais uma demonstração do velho pragmatismo político, onde promessas são feitas para serem quebradas assim que o poder é conquistado?

O mais curioso — e irônico — é que o prefeito eleito pregava renovação, esperança e a construção de uma nova forma de governar. Com a canetada das nomeações, não só se alinha ao que condenava como também reforça um modelo que prometeu enterrar. O eco de sua promessa não cumprida faz nascer uma desconfiança popular. E ainda surge o sentimento de que outras tantas promessas poderão não ser cumpridas.

Resta agora à população esperar o início do governo em janeiro. As ações do prefeito e de sua equipe dirão se o tom será de inovação ou de continuidade mascarada. A história está só começando, mas a esperança de quem acreditou na mudança já começa a dar sinais de desgaste. Afinal, como confiar em quem diz uma coisa e faz outra? O tempo, esse implacável juiz, cobrará seu preço.

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