Se a virada de ano fosse um termômetro da gestão pública, Bom Conselho estaria congelando. O tradicional Réveillon da cidade, que outrora reunia multidões na praça central, este ano ficou à míngua. Aquele clima vibrante de festa deu lugar a uma melancolia quase palpável. Nem parecia Bom Conselho. A praça D. Pedro II, que sempre foi o coração das celebrações, estava praticamente vazia, sem o burburinho característico dos bomconselhenses e visitantes que transformavam o local em um grande palco de confraternização.
Nada de atrações musicais, nada de foguetório, nada de clima. A cidade, que nos últimos 12 anos havia se acostumado a celebrações de encher os olhos e os ouvidos, viu 2025 chegar de forma pálida e sem alma. Para piorar, a escuridão tomou conta de parte da Avenida Nova, um dos principais corredores de tráfego no centro da cidade. Iluminação pública? Nem sinal. Uma parte significativa da via, importante tanto para pedestres quanto para veículos, ficou entregue às trevas – um reflexo, talvez, do clima geral da cidade.
E como se a ausência de festa e a falta de iluminação já não fossem suficientes para enterrar de vez o espírito de Ano Novo, o recolhimento do lixo simplesmente não aconteceu no último dia do ano. O resultado? Ruas com sacos e detritos espalhados, um odor desagradável e uma imagem que, no mínimo, envergonharia qualquer cidadão.
Para quem viveu os anos de pompa e glamour das administrações passadas, foi como se a tradição tivesse sido arrancada sem cerimônia. Afinal, Bom Conselho era conhecida por Réveillons que movimentavam a economia local, atraíam turistas e enchiam os moradores de orgulho. Este ano, no entanto, o que ficou foi um gosto amargo e uma sensação de descaso.
Fica a dúvida: foi apenas uma virada de ano atípica ou a cidade está mesmo diante de um novo normal – e, nesse caso, um normal bem abaixo das expectativas? Que 2025 traga não só melhores perspectivas, mas também a dignidade que Bom Conselho merece.
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