Desde o início da pandemia de COVID-19,
muito tem se especulado sobre as possíveis origens do novo coronavírus,
causador da doença – e, recentemente, um estudo que analisou em detalhe o
material genético do vírus levantou a hipótese de que, provavelmente, a
linhagem a que ele pertence se “desprendeu” de vírus originários de morcegos de
40 a 70 anos atrás.
Publicado em 28 de julho de 2020 na sessão
“Nature Microbiology” do periódico “Nature”, o estudo foi elaborado por um time
de cientistas chineses, europeus e norte-americanos e utilizou três métodos
diferentes para identificar, isolar e estudar determinadas regiões do material
genético do vírus, fazendo comparações para detalhar a história evolutiva do
causador da COVID-19.
Conforme já apontado em outros estudos, o
“parente” mais próximo do SARS-CoV-2 é um vírus chamado RaTG13, que afeta
morcegos e pangolins (animal semelhante ao tatu), mas o estudo recente apontou
que a divisão do ancestral comum nestas duas linhagens ocorreu há muito mais
tempo do que se imaginava. Segundo os pesquisadores, é possível que a linhagem
do vírus causador da mais recente pandemia já circulasse há 40 a 70 anos em
morcegos.
Além de revogar ainda mais as hipóteses de
que o novo coronavírus teria sido criado em laboratórios e “escapado” em um
acidente, o estudo também indica que é extremamente necessário monitorar outras
linhagens de vírus para prevenir futuras pandemias.
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