Apesar das longas filas formadas pelos mais
de 80 milhões de aprovados no auxílio emergencial, cerca de três milhões de
brasileiros ficarão definitivamente fora do programa. São exatamente aqueles
que devem ser os mais necessitados e sequer existem na contagem da população do
Brasil. Os cidadãos "invisíveis" não têm registro de nascimento. E,
por consequência, nenhum outro documento.
O número pode ser ainda maior, segundo o
IBGE, já que os especialistas consideram difícil saber, ao certo, quantas
pessoas estão nessa condição. A falta do documento exclui esses brasileiros dos
programas sociais, como o do auxílio emergencial de 600 reais para os
prejudicados pelo desemprego ou redução nos salários por causa da pandemia de
Covid-19. Nem mesmo o benefício do seguro-desemprego pode ser requerido.
Afinal, sem a certidão de nascimento, não é
possível emitir documento de identificação, RG ou CPF, carteira de trabalho,
nem se matricular em escolas. Pessoas ocultadas do cenário nacional, que sequer
têm um nome, e se tornam ilustres desconhecidos aos olhos da lei, chamados por
um apelido ou por um nome pelo qual se autodenominam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário