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terça-feira, 30 de junho de 2020

Sem tomar posse, ministro da Educação pede demissão cinco dias após nomeação.

Carlos Alberto Decotelli da Silva encerra a carreira de ministro apenas cinco dias após ter sido indicado para o cargo. Por volta das duas e meia da tarde desta terça-feira, 30, ele cancelou reunião que teria com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e se dirigiu ao Planalto. Foi entregar a carta de demissão ao presidente Bolsonaro.

Pessoas próximas ao ministro afirmaram que Decotelli reconheceu que a situação se tornou insustentável após inúmeras reações às inconsistências no currículo. Indicado para a pasta em substituição a Abraham Weintraub, foi nomeado na última quinta-feira, 25 de junho. Deveria tomar posse nesta terça, mas a cerimônia foi cancelada pelo presidente Bolsonaro.

Além das divergências no título de doutor, que não chegou a ser concedido pela universidade da Argentina, a titulação de pós-doutorado em universidade da Alemanha também não foi confirmada pela instituição internacional. Outra informação do currículo, o mestrado na Fundação Getúlio Vargas, também teve incorreções, por constatação de trechos plagiados na tese.

Ainda na segunda-feira, 29, outra inverdade do currículo foi contestada pela mesma Fundação Getúlio Vargas: a de que Decotelli teria sido professor da instituição. Em nota, a FGV afirmou que Decotelli nunca fez parte do quadro de docentes. Foi, sim, professor colaborador nos cursos de educação continuada de formação de executivos e não professor de qualquer das escolas.

Com a saída de Decotelli, o primeiro-escalão do governo Bolsonaro segue sem dois comandantes de primeira ordem, na Educação e na Saúde, que tem o general Eduardo Pazuello como interino, desde 15 de maio, com a saída de Nelson Teich, que durou menos de um mês na pasta.

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