Carlos Alberto Decotelli da Silva encerra a
carreira de ministro apenas cinco dias após ter sido indicado para o cargo. Por
volta das duas e meia da tarde desta terça-feira, 30, ele cancelou reunião que
teria com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e se dirigiu
ao Planalto. Foi entregar a carta de demissão ao presidente Bolsonaro.
Pessoas próximas ao ministro afirmaram que
Decotelli reconheceu que a situação se tornou insustentável após inúmeras
reações às inconsistências no currículo. Indicado para a pasta em substituição
a Abraham Weintraub, foi nomeado na última quinta-feira, 25 de junho. Deveria
tomar posse nesta terça, mas a cerimônia foi cancelada pelo presidente
Bolsonaro.
Além das divergências no título de doutor,
que não chegou a ser concedido pela universidade da Argentina, a titulação de
pós-doutorado em universidade da Alemanha também não foi confirmada pela
instituição internacional. Outra informação do currículo, o mestrado na
Fundação Getúlio Vargas, também teve incorreções, por constatação de trechos
plagiados na tese.
Ainda na segunda-feira, 29, outra inverdade
do currículo foi contestada pela mesma Fundação Getúlio Vargas: a de que
Decotelli teria sido professor da instituição. Em nota, a FGV afirmou que
Decotelli nunca fez parte do quadro de docentes. Foi, sim, professor
colaborador nos cursos de educação continuada de formação de executivos e não
professor de qualquer das escolas.
Com a saída de Decotelli, o primeiro-escalão
do governo Bolsonaro segue sem dois comandantes de primeira ordem, na Educação
e na Saúde, que tem o general Eduardo Pazuello como interino, desde 15 de maio,
com a saída de Nelson Teich, que durou menos de um mês na pasta.
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