Geraldo Cordeiro (In Memoriam) foi um dos
grandes marcadores de quadrilha junina na cidade e na região de Bom Conselho.
Assim, como entre tantas outras atribuições de sua vida cotidiana, ele se
destacava quando estava neste ofício.
Muitos bomconselhenses o tinham e ainda
hoje o consideram como o melhor marcador de quadrilha junina que a cidade e
região já teve. 'Anarriê; balancê; olha a chuva; é mentira, grachê, grantú,
rusiana, túnel, serrote, etc", com essas expressões características Geraldo
Cordeiro comandava de forma vibrante e marcante as quadrilhas juninas em Bom
Conselho e usava estes dois jargões “Dança quadrilha quem sabe” e o que chamava
a atenção do público era “Quem sabe, sabe. Quem não sabe bate palma”.
Dançar quadrilha todo mundo gostava e até
hoje gosta (não estou falando da quadrilha estilizada e sim da tradicional) e
para ele a palavra de ordem era do marcador e todos o respeitavam. Podemos
citar: sempre foi britânico no horário de início da quadrilha; nunca recusou um
convite para marcar quadrilha; não aceitava brincadeiras que não tivesse
correlação com os festejos juninos; os casais mais experientes eram colocados
nas extremidades para ajudar os demais; exigia cordialidade dos cavaleiros com
as damas, e, nunca aceitou marcar quadrilha pela metade. Tinha que ter todas as
suas partes.
Seus filhos, Artuzinho, Gerdvan,
Antiógenes, Geraldo Filho e Gladistone muitas vezes marcavam os ensaios e no
dia estava ele com sua pontualidade para marcar a quadrilha. Seus filhos
seguiram seu ofício ao ele deixar de marcar quadrilha.
Entre todas as quadrilhas, a do Arraiá do
Sumaúma (Rua do Caborje) é marcante por ter sido a primeira rua em Bom Conselho
a organizar uma quadrilha em 24/06/1974 (46 anos atrás). Os ensaios eram na
Fazenda de Mestre Amâncio e a ornamentação sempre foi feita pelos moradores e a
tarde tem as brincadeiras com as crianças. Tinha um quentão que seu Hélio dos
Correios preparava que deixava todos animados. O nome dado ao arraiá foi em
homenagem as árvores plantadas na rua e que foram as primeiras plantadas em uma
rua na cidade.
Com a chegada do mês de junho, quando
respira-se do seu início ao seu final os festejos juninos, a performance e em
especial a voz inconfundível do marcador Geraldo Cordeiro ecoa nas lembranças
dos quadrilheiros da terra de Papacaça.
Muito boa a matéria, temos que continuar com essa tradição. Os jovens tem que continuar a dançar quadrilhas naturais nas ruas.
ResponderExcluir