O saldo da caderneta de poupança bate,
em julho, um novo recorde para o período. O valor total depositado
pelos brasileiros superou o valor total dos saques em 28 bilhões de
reais, informa o Banco Central. Resultado totalmente fora do padrão. Para se
ter uma ideia, no ano de 2019 inteiro, a poupança registrou uma captação
líquida, ou seja, um volume de entrada 13 bilhões maior que
o de saída.
Para especialistas, a mudança está ligada à
pandemia do coronavírus. De um lado, muita gente recebeu o auxílio emergencial
do Governo e o saque emergencial do FGTS pela poupança e, até o fim
do mês, não tinha movimentado toda a grana. Do outro, pessoas que
investiam em renda variável perderam dinheiro, no começo da
crise, e migraram para a poupança. Sem esquecer que março, quando foi
decretada a pandemia, foi o pior mês da Bolsa de Valores brasileira em 20 anos.
Considerada a forma mais simples e uma das
mais seguras de aplicar o dinheiro, a poupança, por outro lado, passou a render
menos, desde 2017, com a queda da taxa básica de juros. A regra é: sempre que a
Selic estiver abaixo de oito e meio por cento, a poupança pagará ao dono do
dinheiro 70% desse índice. Ou seja, hoje, com a Selic em 2% ao ano, o
menor nível da história, a poupança rende 1,4, mais a taxa
referencial. É menos que a inflação projetada pelo Banco Central para este
ano, na casa de 1,6, o que indica que quem escolher esse
tipo de investimento vai perder dinheiro. Atualmente, os brasileiros guardam,
na poupança, 973 bilhões de reais.
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