Prezados leitores do Blog do Tiago Padilha, hoje começo uma nova coluna do Blog. Nesse
espaço vamos falar sobre fatos e notícias da nossa cidade e do país. Você que
acompanha o Blog fica o convite a dedicar um pouco do seu tempo para mais esse
espaço de informação. Nesse primeiro post o tema que vamos conversar é sobre a tragédia acontecida nessa semana em São Paulo.
Ataques
com mortes em massa pode ser início de outro tipo de violência no país
Ataques com mortes em série não era uma
situação comum no Brasil, mas essa condição parece começar mudar. O primeiro
sinal foi em 2011, quando um ataque matou na manhã de sete de abril, treze
estudantes numa escola em Realengo, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Na
última quarta-feira, 13.03, o país tomou conhecimento de nova tragédia
envolvendo um jovem e um adolescente, os dois encapuzados mataram naquela manhã
10 pessoas e feriram mais 11, utilizando arma de fogo e outras brancas, como
facas e machado.
O desafio das autoridades é decifrar as
razões que levam jovens a praticar violência com requinte de crueldade como a
que aconteceu na Escola Raul Brasil, em Suzano. A classificação desse tipo de
crime também é um debate em aberto. Assim, em cada campo há os que se
posicionam classificando como crimes decorrentes de distúrbios mentais e os que
as consideram ser pessoas com índole capaz de quaisquer atos.
Independentemente do que especialistas pensam,
o ataque de São Paulo tem origem também no debate que aflorou recentemente de
apologia ao armamento, de que tudo é possível resolver armando as pessoas e,
ainda, da intolerância que tem reinado entre as pessoas, a ponto de os
criminosos, Guilherme T. Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de
25, terem planejado a ação por mais de um ano. Não justifica o massacre, do
mesmo modo, as informações que vêm à público de que os criminosos sofreram
discriminação no ambiente escolar (bullying), não sendo razoável para explicar
tamanha violência ou ainda explicar a decisão ou nível de distúrbio que leva
uma pessoa a sair matando quem aparece em sua frente.
Massacre como de Suzano pode ser ainda
resultado da individualização excessiva dos dias atuais, onde tem sido comum o
quase “encarceramento” das pessoas na sua máquina a ponto de ser considerada
epidemia a dependência excessiva do mundo virtual, com países na Ásia já
tratando a situação como uma preocupação de estado. A luz que acende com
ataques como o de Suzano é a necessidade de acompanhamento e de mecanismos que
possam se antecipar a ações que visam mortes em massa. É um tipo de vigilância que
não é fácil e tem sido desafio inclusive para países desenvolvidos. De tudo que
aconteceu em Suzano, o que se espera é que seja efetivamente caso isolado e
mantenha o país fora de mais esse tipo de violência.
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